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Cantinho do Zico - em 03/06/2009 por Arthur Antunes Coimbra

Problemas com idiomas

Nomezinhos complicados... Depois de passar por Japão, Turquia e Uzbequistão, não encontro muito problema com palavras e frases que não fazem o menor sentido para os nossos ouvidos. Ou é muita consoante junta ou é vogal que não combina. Mas o pior é está nas pronúncias engraçadas ou termos que tem outro sentido no idioma. Já contei há muito tempo o caso do brinde no Japão. Era só um brasileiro aparecer batendo copo e fazendo “tin-tin” para a japonesada cair na gargalhada. Não para menos, já que esse som de brinde em português significa o órgão sexual masculino.

Enquanto estive na Turquia a brincadeira caía em cima do goleiro do time. O nome era normal, Volkan. Diga-se de passagem normal mesmo porque Volkan lá é como João é José, tem aos montes. Mas o problema estava no sobrenome, que em português ficava engraçado. O Volkan era Babacan no segundo nome, ou seja, piada pronta para muita gente.

Já no Uzbequistão, em que a língua é parecida com a da Rússia, a brincadeira ficava por conta a sonoridade da capital do país. Todo amigo que falava comigo queria fazer piada.

– Onde é que você está mesmo, Zico? Qual o nome da cidade?

E eu respondia que era Tashkent, para ouvir em seguida.

– Xiiii... aqui também, Galinho. Aqui Tashkent para caramba, uns 40 graus na sombra.

E o pior é que fazia um frio de doer por lá.

Mas falando em doer, lembro de uma história engraçada de um lance que aconteceu no Japão envolvendo essa questão de nomes e as sonoridades. Tínhamos com o Kashima uma fotógrafa que nos acompanhava e certa vez ela se machucou ao levar uma bolada minha quando estava do lado de fora do campo. Claro que foi sem querer, mas depois daquele dia nos aproximamos mais e ela até fez um lindo livro com fotos minhas que foi publicado no Japão.

Certa vez, ela disse no Japão que quando tivesse um filho, ele já tinha nome escolhido. Tudo interpretado do japonês para o português e a turma de brasileiros que estava por perto caiu na gargalhada. Foi quando eu cheguei e a Yumi veio falar comigo.

– Mas Zico San, não entendo. Brasileiros acham engraçado nome de meu filho. Por quê?- questionou.

Vendo que a turma não ia sossegar, tentei acalmar dizendo que não era possível, que assim a Yumi ficaria chateada com a gente e tal. Acabei desistindo de entender o que eles riam tanto e fui perguntar direto a Yumi, afinal qual seria o nome do filho dela .

– Zico San, se for um menino vai ser um nome muito bonito, né. Vai ser Shota.

Por alguns instantes eu pensei se deveria avisar ou não a ela, e acabei contando mesmo. Afinal, o caso do filho da Yumi é parecido com a história do “tin-tin”, do Babacan... Coisas dos idiomas.

Até a próxima!