O Carnaval dos carnavais

11 de março de 2014 Conexão ZNR 21106 Views

Desde a minha infância em Quintino, no bloco do Juventude pela Rua Bernardo Guimarães até o Pontal, o Carnaval sempre foi uma festa especial. Os Antunes brincavam juntos cercados por amigos e as lembranças são as melhores. A partir da década de 70, as Escolas de Samba entraram mais fortemente na minha vida. E nasceu a paixão pela Beija-Flor, onde sempre marquei presença quando a profissão me permitiu. Hoje sou um privilegiado pela forma como minha história ganhou a avenida com a Imperatriz Leopoldinense. Essa Conexão ZNR especial é para falar sobre a emoção que vivi, a alegria que senti nesses dias e agradecer a tanta gente que fez parte desse momento. Afinal, completei 61 anos em plena avenida com a torcida cantando parabéns. Uma emoção para testar o meu coração!

Ao longo das décadas, muitas vezes as Escolas se aproximaram de mim propondo uma homenagem na avenida. Em alguns momentos tive a certeza de que me faltava história, em outros a sensação era de que não teria tempo para acompanhar o projeto. E sempre acreditei que essas coisas têm que acontecer na vida da gente na hora certa. Foi assim com a Imperatriz. O primeiro contato chegou através do meu filho Thiago, em seguida deixei o presidente Luizinho Drumond bem confortável caso achasse que minha vida não daria samba. Macaco velho de avenida, sempre ouvia a lenda de que “enredos de futebol são complicados e dificilmente agradam os jurados da Liga”.

Mas foi diferente. Quebrando todas essas barreiras minha história entrou no Sambódromo com o apoio da escola e de todos os seus componentes. Quis o destino que na reta final eu estivesse no Brasil para ver bem de perto o trabalho do Cahe Rodrigues, já que a escolha do samba que foi abraçado pela comunidade eu tinha tomado conhecimento apenas pelos vídeos do youtube e pelos relatos da família.

A Imperatriz estava muito bonita e o enredo recebeu nota 10 de todos os jurados mostrando que histórias do futebol bem contadas são respeitadas. Tivemos alegorias lindas, fantasias luxuosas e o samba levantou o Sambódromo. Uma pena que tivemos alguns pequenos problemas que prejudicaram evolução, conjunto e harmonia. Mas estou muito feliz e satisfeito com o quinto lugar. Claro que queria vencer, mas é uma disputa com muitas variáveis, quesitos e opiniões. O importante pra mim foi ter o apoio da comunidade leopoldinense, apresentar um samba bonito e um bom trabalho na avenida. E tudo isso aconteceu. Não por acaso, o Cahe foi apontado por alguns especialistas em Carnaval como o melhor carnavalesco de 2014.

Isso tudo me encheu de orgulho e de vontade de agradecer. Obrigado ao presidente Luizinho Drumond, ao diretor de carnaval Wagner Araujo, ao carnavalesco Cahe Rodrigues, enfim, a todos da Imperatriz Leopoldinense por terem me proporcionado aquela festa. Obrigado a todos que tornaram o desfile possível e inesquecível.

Obrigado aos amigos e aos meus familiares que estavam lá ao meu lado. E, repito o que disse em meu Facebook na véspera do desfile: só queria que o velho Antunes e Dona Matilde, além do meu irmão Antunes, que eles estivessem vivos para curtir aquela festa como fazíamos na minha infância em Quintino. Este foi sem dúvida o Carnaval dos meus Carnavais.

Até a próxima!

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