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Alex Dalcin coloca o Juvenil do CFZ em forma

em 01/06/2006

A campanha do Juvenil do CFZ do Rio vem sendo muito boa na divisão de acesso do Campeonato Estadual e um dos trunfos é o bom preparo físico da equipe sub-17. O técnico continua sendo Kika, que conta com um fiel escudeiro ao seu lado há muitos anos: o preparador físico Alex Dalcin de Souza, formado em educação física e atualmente fazendo pós-graduação em fisiologia pela Universidade Castello Branco.

Depois de dois anos treinando Juvenil e Infantil, Alex agora se dedica a apenas uma categoria e o efeito do bom trabalho vem com o desempenho do time em campo. Nesta quarta, o CFZ venceu o Campo Grande de goleada com uma atuação irrepreensível. Com isso, o time garantiu o primeiro lugar do grupo D, que pode lhe dar algumas vantagens na seqüência da competição.

Um pouco antes da bola rolar para o Estadual, o ZNR bateu um papo com Alex Dalcin de Souza falando sobre a sua carreira dentro e fora das quatro linhas, a preparação desta temporada e a expectativa para o Juvenil do CFZ do Rio, que até agora vem fazendo grande campanha:

ZNR: Alex, como o futebol entrou na sua vida?

Alex: Fui descoberto pelo meu professor de educação física quando estudava no Pinheiro Guimarães. O apelido dele era Chiquinho. Ele treinava o time de futebol de salão do Flamengo e me levou acreditando no meu potencial como goleiro. Joguei Mirim e Infantil no salão e depois me transferi para o futebol de campo. Participei de uma peneira, fui aprovado e meu primeiro treinador foi o Liminha. Depois trabalhei com o Neca, o Dida e o Marcos Paquetá no Juvenil. O próprio Jaime de Almeida, que já passou pelo CFZ do Rio, foi meu treinador.

ZNR: Por que você não chegou ao Profissional depois de passar por toda a base do Flamengo?

Alex: O primeiro problema foi a falta de vaga no Profissional. O time principal tinha cinco goleiros no início dos anos 90: Gilmar, Zé Carlos, Adriano, Neneca e Roger. Acabei não ganhando uma oportunidade e a gente sabe que o Flamengo é uma vitrine. Não tive alguém que me desse um apoio para me levar para ganhar experiência num clube menor. Fui liberado e tive que me virar sozinho. Ainda fiquei seis meses no Vasco, que também tinha bons goleiros como Caetano e Márcio. Mesmo acreditando que estava no mesmo nível, eu não tinha as mesmas oportunidades porque eles eram “pratas da casa”. Ainda tive uma chance de jogar nos Juniores do América de Três Rios, mas não existia nenhuma infra-estrutura. Começar num clube grande, às vezes, é uma ilusão. Seria melhor iniciar num clube pequeno e ir conseguindo as coisas do que ter tudo, perder e se ver sem forças para se recuperar. O América venceu a segunda divisão de Juniores, disputei a segunda fase contra os grandes, mas, quando acabou o campeonato, voltei para o Rio, comecei a trabalhar e desisti da carreira de atleta.

ZNR: Como você voltou a trabalhar com futebol na área da preparação física?

Alex: Na verdade, voltei para o futebol porque, quando você não consegue realizar um sonho, fica faltando alguma coisa na sua vida. Eu sentia isso e tinha que voltar para as quatro linhas sem importar como isso iria acontecer. Então me encontrei com o Júlio Reis, que já foi preparador de goleiros do CFZ, e hoje está no Catar. Comecei a conversar com ele e vinha assistir aos treinos. Fui fazendo uma reciclagem, ele tinha algumas idéias novas sobre o treinamento de goleiros e eu até pensava em voltar a jogar. Mas a verdade é que, depois de parar, você perde o ‘time’.

ZNR: Qual era a sua idéia principal nesta época de início no CFZ do Rio?

Alex: Fazer um estágio com o Júlio para depois me tornar preparador de goleiros. Esta foi a idéia inicial. Treinava para ver a metodologia dele e juntar com o que já sabia, mas ele trazia algumas inovações aprendidas no exterior.

ZNR: Que tipo de novidades?

Alex: Fundamentos táticos e técnicos. Através dos fundamentos, o goleiro pode adquirir novas técnicas como melhorar a pegada, posicionamento, saída de gol... Aprendi isso e pude passar para os goleiros com os quais tive a oportunidade de trabalhar aqui no CFZ. Ao final do curso, o Júlio conversou com o Kika, que treinava o Mirim, e assumi a preparação de goleiros do time sub-13 em 99. Tivemos a graça de sermos campeões estaduais da categoria naquele ano. Antes o Kika trabalhava sozinho e era treinador, preparador, roupeiro, enfim, fazia de tudo. Cheguei então para dividir o trabalho com ele e a gente tem um bom relacionamento. Sempre exponho as minhas idéias, mas a última palavra é dele. De vez em quando temos uns arranca-rabos, mas isso é normal.Temos algumas idéias diferentes, mas o importante é que haja serenidade nas horas difíceis para que tenhamos um bom relacionamento.

ZNR: Como você começou formando a comissão técnica do Mirim apenas com o Kika, acabou acumulando funções desde cedo?

Alex: Na verdade, trabalhei apenas como preparador de goleiros até 2003, quando estávamos no Infantil e ganhamos a Copa da Amizade, o Estadual da segunda divisão e a Copa Guilherme Embry. Estava sempre formando bons goleiros para as categorias de cima. Aí sim iniciei como preparador físico acumulando a função no Juvenil e no Infantil, que foi uma boa experiência, um verdadeiro desafio. No primeiro ano foi um pouco puxado, mas depois fui me adaptando e foi bem mais tranqüilo na segunda temporada. Foram dois anos que valeram por quatro. Hoje me sinto preparado para assumir qualquer categoria. É melhor começar trabalhando na base e ir subindo, pois iniciando nas categorias de cima, você vai pecar em alguma coisa que, na base, poderia estar corrigindo.

ZNR: Como é trabalhar ao lado do Kika?

Alex: É muito fácil trabalhar com um treinador que tenha jogado futebol e que seja formado em educação física. O diálogo é bem melhor, pois ele conhece os termos técnicos e entende da parte física. Podemos mudar vários tipos de treinamento que unam a parte física e técnica. Estamos sempre nos reunindo para pensar em novos trabalhos e métodos de jogo.

ZNR: O perfil da comissão técnica do Juvenil do CFZ é mais durão ou trata os atletas mais na base da amizade?

Alex: Existem categorias em que é necessário ser um pouco mais rígido na conduta dos atletas. Eles respeitam muito até a categoria Infantil e você normalmente só precisa falar uma vez para ser atendido. Mas no Juvenil, os garotos estão passando por uma fase de transição. Eles estão praticamente formados fisicamente, mas ainda são crianças em busca de uma personalidade. Você não pode permitir que algumas situações aconteçam para não prejudicar a carreira do atleta na frente. Nos Juniores, eles começam a ganhar consciência e focam mais nos seus objetivos. No Juvenil, eles acham que são homens, mas ainda não são...

ZNR: Como você está vendo o elenco Juvenil deste ano?

Alex: O grupo é bom. Mas a verdade é que o CFZ não é a prioridade para a carreira do jogador de futebol. Antes de fazer teste no clube, ele já passou por algumas peneiras. Então, quando ele chega aqui significa que não foi absorvido por alguns clubes grandes. Eles chegam com deficiências técnicas nas finalizações, lançamentos e posicionamento principalmente. Não queremos jogadores prontos, mas, no Juvenil, o jogador precisa ter condições de fazer um coletivo contra o Profissional. Precisamos, às vezes, nos desdobrar para fazer o jogador entender o que lhe está sendo pedido. Este ano não temos nenhum grande destaque, mas o importante é ter um grupo unido. Se falta técnica, é preciso ir na raça algumas vezes. Podemos até ganhar o título deste ano, mas ainda tem muita coisa pela frente.

ZNR: Mesmo sem grandes jogadores, é possível se montar um grande time unido e que se conheça em campo. Isso é importante...

Alex: É importante porque os jogadores estão vindo das categorias de baixo muito unidos. O grupo do Juvenil do ano passado subiu praticamente todo para os Juniores. Isso facilita o trabalho. Não é preciso ter um craque num time que sabe jogar e se conhece bem.

ZNR: No ano passado o CFZ foi até as quartas-de-final do Estadual Juvenil. Ser rebaixado sem muitas explicações te decepcionou?

Alex: Como ficamos entre os oito melhores seria mais do que justo estarmos na primeira divisão da categoria. É decepcionante estar na segunda sabendo que temos condições de jogar na primeira.

ZNR: Você acredita que este ano jogando a divisão de acesso, esta comissão técnica, que já ganhou títulos no Mirim e no Infantil, pode voltar a comemorar um título? Alex: Esperamos que este ano possamos dar a volta por cima, mas a nossa preocupação maior é formar jogadores. Se o título vier será bem-vindo. Está mais que na hora de vir (risos).

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