| A liderança do grupo D do Estadual Juvenil das divisões de acesso segue tranqüilamente nas mãos do CFZ do Rio, que, depois de quatro vitórias seguidas, empatou neste sábado diante do São Cristóvão, por 1 a 1, em Figueira de Melo. O CFZ marcou com Geovane, de pênalti, logo no início do jogo e o empate veio aos 45 minutos da etapa final com um xará do atacante azul e branco. O time dirigido por Kika está agora com 13 pontos e o Olaria está na segunda posição, lembrando que os quatro primeiros avançam para a fase seguinte.
As péssimas condições do gramado impediram que o CFZ mostrasse o seu bom futebol apresentado nas rodadas anteriores, mas a verdade é que o São Cristóvão só chegou ao empate por causa de um vacilo dos visitantes. “A partida só foi difícil por causa do campo. O CFZ joga com muito toque de bola e aqui tem que ser na base do chutão. Como eles estão acostumados a isso, conseguiram equilibrar o jogo. Numa bobeira nossa, o gol de empate acabou saindo”, resumiu o técnico Kika.
Antes de empatar, o São Cristóvão estava mais interessado em distribuir pancadas nos atletas do CFZ que em jogar futebol. Teve cotovelada na cara, carrinho violento e atleta que entrou apenas com a ordem de baixar o sarrafo. O árbitro Flávio de Carvalho teve uma atuação lamentável na parte disciplinar, pois expulsou apenas um atleta dos donos da casa e, em várias oportunidades, fingia não ver as entradas criminosas dos jogadores do São Cristóvão, um verdadeiro banana de apito na boca.
“Se o juiz seguisse o regulamento, vários atletas do São Cristóvão receberiam cartões amarelos e outros seriam expulsos. Ele, inclusive, mandava os jogadores adversários levantarem os nossos para não dar amarelo. Ele trocou a aplicação da regra por gentileza”, revelou o treinador do CFZ.
O JOGO
Não deu nem tempo para o São Cristóvão respirar, pois a pressão inicial dos visitantes se transformou logo em vantagem no placar. Na verdade, o zagueiro da casa cometeu um dos pênaltis mais desnecessários da História, pois tinha roubado a bola de Fábio e, ao invés de tirar o perigo da área, deu um empurrão acintoso no jogador do CFZ. O pênalti foi marcado e convertido por Geovane. Também na bola parada, mas de falta, Serginho quase empatou numa bomba que balançou o travessão azul e branco.
O gramado de Figueira de Melo impediu que a vantagem fosse ampliada aos 10 em boa jogada de Geovane, que cruzaria na medida para o complemento de Rafael Neves, mas a bola quicou num buraco e enganou todo o ataque do CFZ. Marques respondeu com uma boa cabeçada aos 12 que o goleiro Sobrinho espalmou para fora. A partida esfriou, pois era impossível se criar boas oportunidades. Os próprios donos da casa insistiam nos lançamentos de qualquer maneira que não encontravam ninguém.
Aos 31, em cobrança de falta, João Paulo acertaria o cantinho se não fosse a intervenção do goleiro Ivan, do São Cristóvão. Marques novamente respondeu, aos 35 em bom arremate da entrada da área que Sobrinho mostrou categoria para evitar o empate. As chances eram sempre de falta e, aos 40, João Paulo colocou na área e a zaga quase fez contra. Aos 42, em bom contra-ataque, o camisa 1 azul e branco salvou chute com endereço certo de Silvano.
No segundo tempo, as chances eram criadas da mesma forma e as primeiras foram do São Cristóvão. Aos três, Júnior arriscou na cobrança de falta e o desvio na barreira quase enganou Sobrinho, que estava atento e fez a defesa. Aos nove, um chuveirinho terminou na conclusão de Silvano que o goleiro voou para ficar com a bola. Como não conseguia marcar, o comportamento dos atletas do São Cristóvão mudou. Eles deixaram de perseguir o empate e passaram a caçar os adversários com faltas cada vez mais duras.
O árbitro Flávio de Carvalho fingiu que não viu a cotovelada de Rafael em João Paulo aos 21. Douglas acabou expulso aos 25 por uma falta desleal, pois já tinha recebido o amarelo anteriormente. Tarcísio entrou batendo até na própria sombra e quase quebrou o capitão Léo Dunga em lance que o juiz virou de costas. Mas havia uma outra justificativa para o São Cristóvão estar apelando tanto: a falta de condição física. Três jogadores foram substituídos por câimbra, outros estavam visivelmente atuando no sacrifício e cometer faltas foi a forma escolhida de parar a partida.
Geovane ainda perdeu uma boa chance de assegurar a vitória aos 27 quando chegou chutando, mas a bola desviou na zaga e saiu em escanteio. Quando tudo parecia encerrado, o último suspiro do São Cristóvão se transformou em festa para os donos da casa. Em mais um lance de bola parada, cruzamento do meio de campo, Marques acreditou na jogada, cruzou e Geovani cabeceou para decretar o empate, que foi comemorado como vitória pelos atletas de branco.
FICHA TÉCNICA
CFZ do Rio 1 x 1 São Cristóvão – 29/04/06
Estádio Figueira de Melo, São Cristóvão, Rio de Janeiro (RJ)
Cartão Vermelho: Douglas (SCR)
Cartões Amarelos: Tenório e Matheus (CFZ); Rafael, Serginho e Thiago (SCR)
CFZ DO RIO
Sobrinho; Paulo Roberto, Thiago Coelho e Léo Dunga; Wellington, Anderson (Tenório), Nogueira, João Paulo e Fábio; Rafael Neves (Matheus) e Geovane (Natan).
Técnico: Kika.
Supervisor: Bernardo Correia. Preparador Físico: Alex Dalcin de Souza. Preparador de Goleiros: Márcio de Moraes Torres. Médico: Dr. Luiz Alexandre. Massagista: Adílson. Roupeiro: Passarinho.
São Cristóvão
Ivan (Eric); Rafael (Tarcísio), Jamaica, Breno (Geovani) e Serginho; Júnior, Thiago, Lucas e Silvano; Douglas e Marques.
Técnico: Gérson Fernandes.
Arbitragem
Flávio de Carvalho, auxiliado por Cláudio Moreira Pereira e Manoel de Souza Filho. 4º Árbitro: Daniel da Silva Alexandre. |
