|  O Juvenil foi a primeira categoria do CFZ do Rio a voltar ao trabalho em 2006, mas só no próximo final de semana vai finalmente fazer sua estréia oficial nesta temporada. O time do técnico Kika encara o Olaria, às 11h, no estádio Antunes pela divisão de acesso do Estadual. O treinador tem grande confiança no grupo deste ano e garante que vai surpreender os adversários pela forma de atuar, incomum na base segundo o comandante azul e branco.
A equipe sub-17 passou por uma decepção no início do ano ao não ser convidado para o Brasileiro, competição da qual sempre participou. Depois disso, ficou sabendo que disputaria o acesso no Estadual mesmo tendo terminado entre os oito melhores de 2005, perdendo a vaga nas semifinais para o Flamengo num jogo complicado. Em entrtevista ao ZNR, o treinador garante que o trabalho segue firme e o objetivo é vencer para voltar ao lugar de onde não deveria ter saído:
ZNR: Mesmo tendo sido o primeiro a voltar das férias, como você está vendo a equipe Juvenil nesta fase antes de começar o campeonato para valer?
Kika: Tivemos uma quebra de seqüência. Começamos em janeiro com o grupo nascido em 88 que ia disputar o Brasileiro, depois a Federação informou que estes jogadores não poderiam ser utilizados e começamos o trabalho com atletas um ano mais novos. Acabamos excluídos do Brasileiro e começamos a pensar na primeira divisão do Estadual. Fomos avisados que disputaríamos o acesso e começamos a treinar menos. O trabalho, portanto, só começou para valer depois do carnaval. Tivemos que mudar nosso planejamento três vezes.
ZNR: Independente da bagunça promovida pela Federação, como o time está fisicamente neste momento?
Kika: O time está bem física e tecnicamente. O que me preocupa é o fato de termos jogado poucas vezes neste ano. Mas, no terceiro ou quarto jogo do campeonato, vamos estar 100%. Nesta fase pós-carnaval, só tivemos o amistoso contra o Liverpool (vitória por 6 a 0), pois a chuva atrapalhou um jogo contra a Portuguesa. Antes do carnaval, fizemos quatro jogos, ganhamos todos, mas tivemos dificuldade em dois contra equipes de Juniores.
ZNR: É importante que o Juvenil enfrente equipes de Juniores?
Kika: É melhor porque é um jogo que a gente não perde em nenhum ponto e força a equipe ao máximo tanto na parte física quanto taticamente. Amistoso tem que ser contra adversários fortes ou é mais vantajoso realizar coletivos.
ZNR: No Juvenil, o CFZ não vai jogar oficialmente contra os grandes do Rio nesta temporada. Como isto afeta o seu trabalho e os jogadores?
Kika: Acredito que para os jogadores é ruim. Nesta fase de categorias de base, o garoto pega experiência contra atletas mais preparados de Flamengo, Vasco, Fluminense e Botafogo e isso não vai ocorrer para este grupo de 2006. Mas o meu trabalho não muda nada. Independente do adversário, vamos fazer o máximo para os jogadores evoluírem. É chato para o atleta passar uma categoria Juvenil ou Infantil sem jamais ter jogado contra o Flamengo, por exemplo.
ZNR: Este ano você tem um preparador físico (Alex Dalcin de Souza) e um preparador de goleiros (Márcio de Moraes Torres) exclusivos do Juvenil. Isso facilita o trabalho?
Kika: Vai melhorar bastante porque especialmente o Alex ficava sobrecarregado (era preparador do Juvenil e Infantil). Agora ele pode pensar exclusivamente nos 30 jogadores sob o seu comando e acaba conhecendo melhor o grupo que tem nas mãos. Antes, ele tinha que tomar conta de 60 atletas. O treinador de goleiros tinha dez e agora ficou com cinco. Em dia de jogo, eles tinham que fazer o primeiro jogo e depois o segundo, mas agora estão concentrados só no Juvenil. Eles chegavam cansados e esgotados psicologicamente para a segunda partida.
ZNR: Você tem um bom entrosamento com os dois a ponto de discutir algumas idéias?
Kika: Com certeza. Estou sempre conversando com o preparador de goleiros, perguntando, avaliando e mesmo participando do treinamento deles. Gosto de pensar em jogadas para entrosar o goleiro com o resto do time, pois eles têm que saber jogar com os pés e os faço treinar na linha às vezes. Goleiro tem que saber bater falta e pênalti mesmo que não use durante o jogo. Sou formado em educação física e também participo do treinamento ao lado do [preparador físico] Alex. Conversamos muito, mas, no final, a última palavra é sempre minha. No Juvenil, vamos ter uma novidade em relação aos goleiros. Como tenho dois jogadores muito bons, Renan e Sobrinho vão se revezar com cada um jogando duas partidas seguidas, uma em casa e outra fora.
ZNR: Você sempre ganhou títulos nas divisões de base, mas ainda falta um no Juvenil, você sente que vai ser este ano?
Kika: Sinto sim! Não apenas porque iremos disputar a divisão de acesso, pois vamos enfrentar equipes muito boas que sempre disputaram de igual para igual com os da primeira: Olaria, Bangu, Artsul, Sendas e Tigres. Incluindo o CFZ são seis times que poderiam e deveriam estar na elite. Mas este ano o nosso grupo está muito entrosado. Vamos surpreender os adversários na nossa forma de jogar. Se não perder ninguém por contusão, temos tudo para sermos campeões.
ZNR: No que estas mudanças podem ajudar no futuro dos jogadores do CFZ?
Kika: Vamos fazer mudanças não apenas para ganhar o Estadual, mas, para quando estes atletas chegarem aos Juniores, estejam mais preparados e com muito mais recursos que possam servir para o resto da carreira. Hoje em dia, não pode falar que só aprende isso nos Juniores e aquilo no Profissional. O Juvenil pode fazer de tudo em termos tático e técnico. Apenas no lado físico, o atleta ainda não está 100% formado, portanto precisamos que ter cuidado nesta parte. Quando o cara é mais novo, tem maior facilidade em aprender e esta é a hora.
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