| Desde que perdeu para o Artsul, o CFZ do Rio tomou consciência que cada jogo passou a ser decisivo e conseguiu vencer o Estácio para manter as chances de classificação para a final da segunda divisão do Estadual. O Azul e Branco mandou a partida em Moça Bonita e superou o adversário por 2 a 0, gols de Felipe e Leandro. O Boavista derrotou o Artsul por 3 a 0 e o grupo D ficou todo embolado. O Artsul segue em primeiro com seis pontos, CFZ e Boavista têm quatro e o Estácio soma três. Todas as equipes continuam com chances, mas quem perder na próxima rodada pode dar adeus ao sonho de chegar à elite do futebol carioca.
O resultado foi o que o CFZ do Rio queria, mas, no jogo, o time de Júlio Marinho teve atuações bem distintas nas duas etapas. No primeiro tempo, a equipe do Recreio foi dominada e não levou um gol graças a um milagre do goleiro Ricardo, que defendeu um chute à queima-roupa do atacante Rafael. “Tive reflexo numa bola curta que não defini antes e fui para o lado certo para conseguir tirar a bola. O trabalho do dia-a-dia e a seqüência de jogos é que dá esta tranqüilidade”, contou o camisa 1 do Azul e Branco, que fez questão de agradecer ao preparador de goleiro Bahia, que tomou a frente num trabalho de motivação após a derrota de quarta-feira.
O atacante Ziquinha fez sua melhor atuação desde que chegou ao CFZ do Rio. Ele fez grande jogada no primeiro gol em que serviu Felipe e tabelou com Danilo no segundo. “Faltou tudo contra o Artsul, mas, diante do Estácio, mostramos reação depois de um primeiro tempo apático. A ansiedade atrapalhou no início porque só a vitória interessava, discutimos no vestiário e isso nos fortaleceu. Foi uma conversa construtiva que deu resultado. Ainda não fiz um gol, mas não estou preocupado. Se o CFZ for campeão, estarei satisfeito”, garantiu o experiente atleta.
Lá atrás, o “prata da casa” Wallace ganhou a vaga de titular e deu mais segurança ao sistema defensivo. “Senti que todo mundo confia muito em mim e consegui fazer um bom trabalho”, assegurou o jogador que subiu dos Juniores este ano. O zagueiro ainda participou de um lance decisivo ao bloquear duas bombas dentro da área que exigiriam defesas difíceis de Ricardo. “Isso é conseqüência dos treinamentos específicos dos zagueiros com o Zé Carlos para tirar a bola da área. Tive um pouco de sorte, mas foi fruto do trabalho também”, disse.
Sem André Gomes, que cumpriu suspensão e retorna contra o Boavista, o volante Sidicley voltou a dar conta do recado no time titular ao lado de Britto, sempre atento na cobertura. “Estou feliz por ter voltado e por ter vencido porque estávamos precisando de ânimo para continuar com chances na competição e agora vamos com tudo para cima do Boavista”, afirmou Sidicley.
O meia Danilo fez o segundo gol azul e branco e distribuiu entrevistas para todas as rádios e jornais que estavam fazendo a cobertura da partida. “Acho que ainda temos muito a caminhar e jogos difíceis pela frente. Estou tentando colocar dúvida na cabeça do treinador, mas o time está jogando muito bem e estou aqui para ajudar o CFZ sempre que puder”, avaliou o jovem “prata-da-casa” já ficando experiente ao lidar com a imprensa esportiva carioca.
O JOGO
O Estácio começou a partida mais animada depois de tirar a invencibilidade do Boavista na competição. Aos sete, Ricardo ameaçou a meta de seu xará ao tentar um chute que encobriu o gol do CFZ do Rio. Mas a verdade é que as equipes começaram criando muito pouco. O melhor jogador dos visitantes era o atacante argentino Tato, que quase abriu o placar aos 17 ao ganhar jogada pela direita e concluir firma, mas a zaga desviou pela linha de fundo. Na cobrança de escanteio, Tiagão fez gol de cabeça se apoiando no goleiro Ricardo e o árbitro anulou o lance corretamente.
O CFZ tinha mais a bola, mas, como errava o último passe e não chutava, o jogo ia se complicando. O Estácio foi crescendo nos contra-ataques, logo teria o domínio do meio de campo e todas chances de marcar até o intervalo. Aos 30, Tato arriscou novamente e a zaga, mais uma vez, bloqueou a conclusão. Aos 34, o argentino resolveu dar o passe para Berg em chute que passou raspando. Aos 42, Ricardo mandou uma bomba por cima da meta azul e branca. Aos 44, o goleiro Ricardo fez milagre ao defender uma finalização de Rafael quase na pequena área.
A atitude mudou desde o início do segundo tempo, pois com menos de dois minutos em seu primeiro ataque, Glauber procurou espaço e chutou para longe do gol do Estácio, mas fez uma tentativa, algo que não vinha acontecendo. Aos três, Ziquinha partiu para cima da marcação, deu drible da vaca num defensor e rolou para Felipe colocar no fundo da rede. O Estácio não se deu por vencido e, aos 10, Tato recebeu no contra-ataque e foi travado na hora certa. Aos 15, Wallace impediu o empate ao bloquear duas bombas dentro da área do CFZ do Rio.
Aos 28 minutos, o Estácio teve um escanteio a seu favor cobrado por Biano, que acabou sobrando para Tiagão dar um voleio esquisito que passou perto. O CFZ saiu rápido com Alexandre, que lançou para Ziquinha cruzar para o arremate de Leandro, bloqueado por Marcelinho Paulista com a mão, mas a falta não foi marcada. Aos 30, o goleiro Ricardo se assustou com uma pancada de meia distância de Berg que saiu por pouco. Já aos 31, o lateral Leandro, do Estácio, levou o segundo cartão amarelo e o árbitro não percebeu. Mas o reserva Márcio Mendes Cabral o avisou e o jogador foi expulso.
A grande figura do final da partida foi o meia Danilo, que entrou no lugar de Felipe, autor do primeiro gol. Aos 35, ele fez uma linda jogada pela esquerda, mas a conclusão foi horrorosa. O jogador se recuperou aos 42 quando partiu desta vez pelo lado direito, tabelou com Ziquinha e bateu de bico para garantir a vitória do CFZ do Rio. O atacante Bruno Andrade, que chegou a liderar a artilharia no início da competição com cinco gols, entrou no finalzinho da partida depois de ficar fora por 11 jogos.
FICHA TÉCNICA
CFZ do Rio 2 x 0 Estácio - 10/06/06
Estádio Moça Bonita, Bangu, Rio de Janeiro (RJ)
Cartão Vermelho: Leandro (EST)
Cartões Amarelos: Britto e Leandro (CFZ)
CFZ DO RIO
Ricardo; Glauber (Rodrigo Mello), Abílio, Wallace e Alan; Britto, Sidicley, Felipe (Danilo) e Leandro; Ziquinha e Alexandre (Bruno Andrade).
Técnico: Júlio Marinho.
Supervisor: Carlos Garrit. Coordenador Técnico: Zé Carlos. Preparador Físico: Paulo César Fagundes. Preparador de Goleiros: Bahia. Diretor Médico: Dr. Pedro Cirillo. Médico: Dr. Luiz Alexandre. Massagista: Jorjão. Roupeiro: Jorginho.
Estácio
Thiago Eller; Denis, André, Tiagão e Esquerdinha (Leandro); Maicon, Marcelinho Paulista, Ricardo (Biano) e Berg; Rafael e Tato (Kanu).
Técnico: Gabriel Vieira.
Arbitragem
Marcelo Venito Pacheco, auxiliado por José Orlando Hortêncio e Mário Jorge Campos. 4º Árbitro: Márcio Mendes Cabral. |
