futebol profissional

Sidicley garante que gol no CFZ do Rio vai sair na hora certa

em 08/06/2006

Sidicley não é craque, mas é um jogador que já encarou algumas pedreiras nesta segunda divisão do Estadual jogando pelo CFZ do Rio. O volante foi titular num momento crítico, quando o capitão André Gomes quebrou a mão e o substituiu à altura, mas, como Júlio Marinho optou por um time mais ofensivo nesta etapa final da competição, acabou indo para o banco de reservas.

O jogador segue confiando numa classificação para a final e na conseqüente subida para a elite do futebol carioca. Contra o Estácio, o jogador deve voltar à equipe titular já que André foi expulso diante do Artsul e vai cumprir suspensão.

Sidicley já rodou o mundo, esteve no Oriente Médio, Espanha, Paraguai e Polônia antes de desembarcar no CFZ do Rio. O atleta de 29 anos lembrou passagens interessantes de sua carreira com muito bom humor entre um e outro jogo de cartas na concentração do Azul e Branco do Recreio. O volante, especialista nas cobranças de falta, acredita que seu gol vai sair na hora certa.

ZNR: Como foi o seu início de carreira nas divisões de base do Botafogo?

Sidicley: Cheguei ao Botafogo com dez anos e joguei do Infantil ao Profissional. Saí em 2000 e tive a oportunidade de ir jogar no Qatar. Estava no Profissional em 97 e fui campeão carioca, mas não tive muitas oportunidades no Alvinegro. Na época, o clube estava cheio de jogadores de nome e a “prata da casa” não era muito aproveitada. Fomos tricampeões estaduais de Juniores, mas poucos atletas eram usados no time de cima. Por isso mesmo que preferi deixar o Botafogo. Treinava, ficava no banco, mas não jogava. A mãe do meu filho, Bernardo, ficou grávida nesta época e, como surgiu a oportunidade no Qatar, fui para lá nesta época.

ZNR: Aquele time campeão brasileiro de 95 foi um time comprado e não formado na base. Você acredita que este é um motivo para não aproveitar aquela boa base da qual você fez parte?

Sidicley: É verdade. O título brasileiro praticamente não tinha jogadores formados no clube. Era um time de jogadores emprestados ou donos do próprio passe. Mas acho que este não é o motivo. É uma tradição do Botafogo não dar muita chance aos jogadores da base. Fomos tricampeões de Juniores em 97, 98 e 99 e hoje não tem mais ninguém daquela época no clube. A gente comentava que ganhava de Vasco, Flamengo e Fluminense, víamos os nossos adversários subindo para o Profissional e nenhum de nós tinha realmente uma chance.

ZNR: Você ainda era muito jovem quando foi para o Qatar. Como foi encarar esta experiência num país tão diferente do Brasil?

Sidicley: Bastante difícil porque foi a primeira vez que saí do Brasil sozinho. Eu tinha apenas 20 anos e foi uma boa experiência. Fui campeão no Qatar. O treinador era brasileiro Zé Paulo e isso facilitou as coisas. Mas a cultura era muito diferente...

ZNR: Você passou por alguma situação curiosa?

Sidicley: Uma vez cheguei ao vestiário e cada um tinha o seu espaço reservado para tomar banho. Aqui no Brasil fica todo mundo misturado e lá não é assim. Como eu não sabia disso no início, fui ficando pelado no meio do vestiário e todo mundo me olhando assustado com o que eu estava fazendo. O professor me chamou e disse que ali não era assim.

ZNR: Lembra de mais alguma situação?

Sidicley: A gente treinava sempre à noite por volta de cinco e meia ou seis horas. Seis e meia era o momento que eles tinham que rezar. Então, algumas vezes, o treino tinha que ser paralisado e ficávamos eu e o treinador sentados no banco enquanto o resto do time rezava.

ZNR: Foi boa para a sua carreira esta passagem no Oriente Médio?

Sidicley: Foi a primeira vez que saí do Brasil para morar sozinho num outro país e você sempre aprende muito. Às vezes, você passa uma dificuldade por estar longe da família vivenciando uma outra cultura, mas tudo é aprendizado e é preciso tirar proveito destas situações. Amadureci muito neste período.

ZNR: Depois disso, onde você jogou?

Sidicley: Depois eu fui para a Espanha quando estive no La Coruña, onde fiz um contrato de dois anos. Fiz uma pré-temporada, mas quando acabou, tinham muitos jogadores estrangeiros e fiquei sem condições de jogar. Eles me deram duas opções: ir para o time B ou disputar a segunda divisão pelo Elche. Conversei com o meu empresário e acabei preferindo disputar a Segundona. Fui titular no primeiro ano, mas, no segundo, trocou o técnico e veio um argentino, que implicava com tudo. Fui me desgastando e preferi sair porque estava discutindo demais com o treinador.

ZNR: Para onde você seguiu após a passagem na Espanha?

Sidicley: Estive disputando a Série C do Campeonato Brasileiro pelo Olaria e fomos eliminados nas quartas-de-final. Depois, segui para o Paraguai, onde joguei no 12 de Outubro. Cheguei a disputar até a Copa Libertadores da América. É uma competição diferente e o time não era um dos favoritos, apesar de ter uma boa estrutura. Tive várias oportunidades, mas não conseguimos passar da primeira fase da competição sul-americana. Foi aí que pude voltar para a Europa e jogar na Polônia.

ZNR: De todos estes lugares onde você jogou, onde viu a melhor infra-estrutura?

Sidicley: Sem dúvida foi na Espanha. Quando voltei de lá, fiquei muito triste. Porque estava num país que tem uma boa estrutura e sentia uma oportunidade de crescer na carreira. As coisas não saíram do jeito que estava imaginando, então fiquei mal. Mas tenho certeza que terei a oportunidade de voltar e dar seqüência à carreira.

ZNR: O que te fez optar pelo CFZ do Rio para disputar a segunda divisão do Estadual?

Sidicley: O CFZ é um clube que tem uma boa estrutura e o Zico por trás, um cara que cumpre tudo que promete. É só ver o que ele foi como profissional para ver o que ele é como homem. Sou amigo do Thiago (filho de Zico) também. Tive proposta de outros clubes, mas já tinha acertado com o CFZ e estou feliz aqui. Estamos trabalhando para ver se conseguimos este título.

ZNR: Como você está vendo o nível da segunda divisão do Rio já que é a primeira vez que está jogando a competição?

Sidicley: É um campeonato diferente. Agora está sendo mais visto que antigamente. Tem pessoas se interessando pela competição que está sendo disputada por muitos jogadores de qualidade. Os clubes grandes não têm dinheiro para grandes contratações e estão de olho também no campeonato. Com certeza é uma competição mais difícil que a primeira divisão. A pegada é maior, os campos não ajudam e você não tem aquela empolgação de atuar no Maracanã com estádio lotado. Aqui você joga em Mesquita, sem querer desmerecer, mas vê um público de 50 pessoas e tem que tirar motivação de outro lugar. Mas, no momento, o melhor clube para mim é o CFZ, agradeço a Deus por estar trabalhando aqui e estou feliz por estar brigando pelo meu espaço.

ZNR: Na primeira fase, você entrou no momento em que o time perdeu o capitão André Gomes e vai fazê-lo novamente na próxima partida, já que ele levou cartão vermelho. Você cumpriu bem a função e terá que desempenhá-la novamente, não é verdade?

Sidicley: Mas o mais importante é estar integrado ao grupo e todo mundo se gosta ali. Às vezes, você briga com seu irmão, mas isso é normal. Depois que passa aquilo, fica tudo bem novamente. Este é um ponto forte do nosso time. Num grupo com tantos atletas é difícil conseguir manter a união, mas estamos conseguindo.

ZNR: Pelo que você já viu na segunda divisão, o CFZ tem chance de vencer a competição?

Sidicley: Você vê os resultados e percebe que os times não têm muita diferença. Acho que a ordem é trabalhar bastante. Quem tiver mais força de vontade e lutar pelas vitórias vai sair com o título.

ZNR: Você já passou perto algumas vezes de marcar um gol de falta. Vai sair este gol?

Sidicley: Vai sim, se Deus quiser. Estou muito ansioso para fazer o gol. Até agora estou apenas ameaçando, mas vai sair na hora certa e vou conseguir marcar num momento importante.

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