| O CFZ do Rio segue sem vencer no grupo D da segunda fase do Campeonato Estadual da segunda divisão. Nesta quarta-feira, o Azul e Branco do Recreio foi superado pelo Artsul, por 1 a 0, no campo do adversário e ficou em situação delicada para conseguir a vaga na final da competição. Em duas rodadas, o time dirigido por Júlio Marinho tem apenas um ponto e está empatado em terceiro lugar com o Boavista, enquanto o Artsul lidera com seis e o Estácio está em segundo com três pontos após vencer a equipe de Bacaxá também por 1 a 0, nesta quarta, em Jacarepaguá.
O fator campo influencia bastante numa fase decisiva do campeonato e, no seu grupo, apenas o CFZ não pode jogar no estádio Antunes. O Artsul conseguiu atuar em seu campo garantindo que fez uma obra para que coubessem os cinco mil torcedores nas arquibancadas, mas o que se viu foi bem diferente. Do lado oposto de onde a torcida fica normalmente posicionada, o clube ergueu uma pequena arquibancada de madeira, mas dizer que cabem os tais cinco mil torcedores que o regulamento exige é uma brincadeira.
É legítimo que o Artsul queira jogar em seu estádio e a arquibancada foi suficiente para comportar o número de torcedores que lá estavam. Mas se o clube de Austin pode jogar com um estádio em que a capacidade não chega a cinco mil torcedores, por que o CFZ do Rio não pode? A pergunta fica no ar, mas a Federação dificilmente vai dar uma resposta convincente. Afinal, o interesse dos seus dirigentes sempre foi prejudicar o primeiro clube-empresa do Brasil e aparentemente continua sendo.
Como o Flamengo já tem programação para o final de semana, o CFZ do Rio não poderá enfrentar o Estácio na Gávea, no próximo sábado. Conselheiro Galvão também deixou de ser opção e o Azul e Branco vai mandar suas duas partidas da segunda fase em Moça Bonita, campo do Bangu.
O JOGO
O jogo começou bem devagar com as equipes criando poucas oportunidades e muitas bolas levantadas na área que não davam em nada. O CFZ do Rio teve a chance de abrir o placar logo aos sete minutos em cruzamento de Glauber, que Alexandre não alcançou, mas Leandro pegou a sobra e mandou por cima do travessão. O meia voltou a arriscar um chute que passou à esquerda do goleiro Borges aos 14. Mas o time do Recreio insistia muito nos cruzamentos pelo alto e o camisa 1 do Artsul esteve perfeito na saída de gol, segurando firme todas as tentativas dos visitantes.
Do outro lado, uma bola foi levantada na área, a zaga do CFZ se enrolou para cortar e Arnaldo apareceu como um raio e tocou para o fundo da rede. O gol animou o Artsul que partiu com tudo para procurar ampliar a vantagem. Aos 28, Douglas teve liberdade para chutar da entrada da área com perigo, mas errou o alvo. Aos 36, Fábio fez ótima jogada individual, chutou prensado e Ricardo salvou o gol certo com os pés. Numa falta, o Azul e Branco teve a grande chance de empatar, mas Felipe cobrou no meio do gol e Borges espalmou para fora.
Apesar da boa chance do CFZ do Rio, o Artsul mandava no jogo e, aos 41, perdeu grande oportunidade de fazer o segundo. Douglas invadiu a área pela direita e cruzou para Dedeco que chegava livre pelo outro lado, mas furou quase na pequena área. Aos 43, o zagueiro Rodrigues, apelidado pela torcida de Caveirão, ajeitou de cabeça para a chegada de Fábio, que chutou firme e Ricardo fez mais uma boa defesa.
Apesar da bronca no vestiário, o CFZ continuou sem atacar muito o adversário, que seguiu tendo as melhores chances na etapa final. Com pouco mais de um minuto, Douglas recebeu de Ivo e quase acertou o ângulo de Ricardo, mas a bola saiu por pouco. Aos 10, Douglas disparou desde o campo de defesa até a área dos visitantes, mas finalizou por cima da meta azul e branca. No minuto seguinte, Douglas ajeitou de peito para Fábio concluir para fora.
O primeiro chute do CFZ do Rio no segundo tempo aconteceu aos 14 minutos quando Ziquinha tentou forçar a jogada pelo meio, perdeu a bola que sobrou para Alan na esquerda mandar pela linha de fundo. Por volta dos 17, o técnico Júlio Marinho tirou o meia Leandro, com medo que o melhor jogador do time fosse expulso, já que ele tinha amarelo e continuava disputando os lances com muita vontade. Aos 19, André Gomes cruzou para a área do Artsul e o atacante Renan, que entrou no lugar do artilheiro Alexandre, perdeu uma chance incrível cara a cara.
O Artsul atacava apenas na boa e, numa destas, aos 29, Douglas limpou a jogada na entrada da área e chutou com desvio, mas Ricardo estava atento e evitou que a vola entrasse. Aos 36, o volante André Gomes se revoltou com o árbitro Antônio Frederico Schneider, que marcava faltas de ataque sempre que a bola era levantada na área do time da casa, reclamou e acabou sendo expulso. No final, aos 44, Ricardo ainda salvou o CFZ com uma defesaça em conclusão de Marcos Spitz.
O resultado acabou sendo justo, apesar do árbitro ter ajudado a segurar os ataques do CFZ do Rio principalmente na segunda metade da etapa final. O Artsul foi um time guerreiro do primeiro ao último minuto e sempre se mostrou mais interessado em vencer a partida que a equipe visitante.
FICHA TÉCNICA
CFZ do Rio 0 x 1 Artsul – 07/06/06
Estádio Nivaldo Pereira, Austin (RJ)
Cartão Vermelho: André Gomes (CFZ)
Cartões Amarelos: Alan, Clécio e Leandro (CFZ); Borges, Thiago e Rato (ART)
CFZ DO RIO
Ricardo; Glauber, Abílio, Max e Clécio; André Gomes, Alan, Felipe (Edinho) e Leandro (Alessandro); Ziquinha e Alexandre (Renan).
Técnico: Júlio Marinho.
Supervisor: Carlos Garrit. Coordenador Técnico: Zé Carlos. Preparador Físico: Paulo César Fagundes. Preparador de Goleiros: Bahia. Diretor Médico: Dr. Pedro Cirillo. Médico: Dr. Luiz Alexandre. Massagista: Jorjão. Roupeiro: Jorginho.
Artsul
Borges; Allan, Rodrigues, Márcio e Fabiano; Thiago (Marcos Spitz), Ivo, Fábio e Dedeco (Cerezo); Douglas e Arnaldo (Rato).
Técnico: Yglys Cristóvão Vianna.
Arbitragem
Antônio Frederico de Carvalho Schneider, auxiliado por Marco Aurélio dos Santos Pessanha e Carlos Manoel Calheiros Faria. 4º Árbitro: Carlos Renato dos Anjos. |
