futebol profissional

Alexandre: artilheiro do CFZ do Rio em alta

em 16/05/2006

O atacante Alexandre “Calango” vem se destacando na campanha do CFZ do Rio na disputa da segunda divisão do Campeonato Carioca. Ele é o artilheiro da competição com oito gols, sendo que, no ano passado, jogando pelo Bangu, também tinha sido o goleador máximo da Segundona. No ano passado, ele chegou ao quadrangular final com o Alvirrubro, mas acabou vendo a festa do Nova Iguaçu no final do Estadual. Este ano, o centroavante quer mais e pretende levar o Azul e Branco do Recreio à elite do futebol do Rio de Janeiro.

A carreira de Alexandre se confunde com a do Fenômeno Ronaldo. Os dois começaram juntos em Figueira de Melo nas categorias de base do São Cristóvão. Depois disso, Ronaldo seguiu para o Cruzeiro e posteriormente para o PSV Eindhoven, da Holanda. Alexandre foi indicado nas duas oportunidades aos clubes, mas não tinha muitas oportunidades e acabava saindo. O Calango conta esta e muitas outras histórias em entrevista ao ZNR:

ZNR: Como foi o seu início no futebol, onde foi a sua base?

Alexandre: Minha primeira experiência no futebol foi no São Cristóvão, onde cheguei em 91 e tive a oportunidade de jogar ao lado de um grande jogador da nossa Seleção Brasileira: o Ronaldo Fenômeno. Tivemos contato logo que cheguei e jogamos juntos por dois anos e meio. Fomos convocados para a Seleção Sub-17. Como nasci depois de agosto não pude participar do Sul-Americano Juvenil e ele foi artilheiro na Venezuela. Depois, ele foi para o Cruzeiro e, após quatro meses, também me transferi para lá.

ZNR: Por indicação do Ronaldo?

Alexandre: Teve uma participação dele que já estava com moral no Cruzeiro. Ele já estava atuando pelo Profissional e, assim que cheguei, fui assistir ao jogo contra o América Mineiro. O Cruzeiro ganhou por 3 a 0 com três gols do Ronaldo. No mesmo ano, ele foi artilheiro do Campeonato Brasileiro e acabou indo para o PSV, da Holanda. Como tínhamos os mesmos empresários, fui tanto para o Cruzeiro quanto para o PSV tentando reeditar a dupla do São Cristóvão. No Cruzeiro, fiquei nos Juniores e não tive muito espaço. Por uma infelicidade do destino, nunca conseguimos jogar juntos de novo, pois, na semana que cheguei ao PSV, ele foi para o Barcelona. Fiquei seis meses na Holanda joguei no time C e, com muito esforço, passei para a equipe B, mas não foi uma boa passagem. Voltei para o Brasil e segui minha vida.

ZNR: Esta comparação com o Ronaldo, por ter sido o seu primeiro companheiro de ataque, prejudicou sua carreira?

Alexandre: Com certeza. O Ronaldo atravessava um excelente momento e as pessoas achavam que, por termos jogado juntos, eu teria que acertar de imediato onde quer que fosse. Isso foi um pouco frustrante para mim, pois não tinha tranqüilidade para trabalhar. Achavam que eu tinha que fazer chover e não é assim que a coisa funciona. Às vezes, o jogador chega num ambiente e não se adapta logo. Estava acostumado a treinar no calor e, na Holanda, encarei 15 graus abaixo de zero. Quando você está no primeiro time é diferente, pois viaja para vários lugares e tem condições de mostrar o seu futebol. Cheguei lá sem ser conhecido no Brasil e fui visto com olhos de desconfiança.

ZNR: Você ainda tem contato com o Ronaldo?

Alexandre: Na semana passada, o rapaz responsável pelo site dele me procurou lá no CT e fez uma matéria comigo. Esta foi uma indicação do próprio Ronaldo. Sempre que ele vem ao Brasil, a gente está junto. Quando tem uma pelada de final de ano, atuamos lado a lado. Continuamos amigos.

ZNR: Você voltou ao exterior jogando no futebol árabe. Como foi esta experiência sem a sombra do Ronaldo desta vez?

Alexandre: Foi bem melhor porque o clima é parecido. Cheguei e fiz vários gols em minha primeira temporada na Arábia Saudita. No ano seguinte, tive convite para me transferir para um outro time. E tenho as portas abertas para voltar lá após a disputa da segunda divisão do Estadual pelo CFZ do Rio.

ZNR: Você não teve problema de adaptação em relação ao clima na Arábia Saudita. Mas é uma cultura muito diferente. Você passou por alguma situação estranha?

Alexandre: Os costumes são totalmente diferentes. Um dia saí de bermuda na rua e disseram que eu estava desrespeitando o país. Os árabes passavam resmungando por mim e eu não entendia nada. Depois que fui saber disso e passei a sair sempre de calça comprida.

ZNR: Você foi artilheiro da Segundona em 2005 pelo Bangu e é o maior goleador do campeonato deste ano. Todo ano que você participar da competição, vai conseguir a artilharia também?

Alexandre: Isso é bom para mim. Meu trabalho no Bangu no ano passado me rendeu muitos frutos como a transferência para disputar a Série C do Brasileirão pelo Volta Redonda. Logo em seguida fui para a Arábia Saudita. Quando você chega num novo ambiente, todos te reconhecem como artilheiro. Aqui no CFZ, alguns jogadores não me conheciam, mas sabiam que eu tinha sido o artilheiro em 2005.

ZNR: Por que você aceitou o convite para jogar a segunda divisão do Estadual no CFZ do Rio?

Alexandre: Para falar a verdade, estava com as malas prontas para Macaé. Na semana que eu ia para lá, o Júlio [Marinho, técnico] me ligou, soube que eu tinha voltado da Arábia Saudita e perguntou se eu queria fazer parte do grupo do CFZ. Resolvi aparecer, conhecer a estrutura, treinei dois dias e vi que era um clube que oferece boas condições de trabalho. Acho que foi a escolha certa porque fiquei mais próximo da família. O grupo do CFZ está muito fechado e acho que a gente vai lutar pelo título.

ZNR: Como é trabalhar com o Júlio Marinho? Ele foi uma peça importante para que você aceitasse jogar no CFZ?

Alexandre: Com certeza. Eu tinha trabalhado com ele num time Mirim em Curicica, que depois virou Barcelona. Há muito tempo que não falava com o Júlio. Ele também esteve na Arábia Saudita recentemente e falamos rapidamente por telefone. Mas não tinha este contato direto com ele. É a mesma pessoa que conheci há anos atrás, um treinador de muita qualidade e está colocando nosso time nas cabeças.

ZNR: O grupo reconhece no treinador uma pessoa que pode levar este grupo à primeira divisão?

Alexandre: Acho que sim. Até porque o Júlio não é um ditador, mas sim um treinador que procura conversar com os jogadores. Ele deixou claro que está aberto a falar sobre qualquer problema pelo qual o atleta esteja passando. É um técnico de ponta que tem condições de dirigir qualquer time do futebol brasileiro.

ZNR: Pelo que você viu no campeonato até agora, quem está brigando com o CFZ por esta vaga única para subir à elite do futebol carioca?

Alexandre: O Boavista tem um bom time, assim como o Macaé, pois são clubes que investem bem neste campeonato. O Boavista, por exemplo, tem o Rodrigo, ex-Botafogo, e o João Rodrigo, que foi meu companheiro no Bangu em 2005.

ZNR: É importante conseguir a classificação antecipada até para que os jogadores que chegaram no meio da competição tenham mais tranqüilidade para trabalhar e ganhar ritmo?

Alexandre: Acho que sim. Além disso, temos jogadores com dois amarelos que podem zerar os cartões e chegarem limpos na fase decisiva. Outros atletas que não estão sendo muito observados podem ser testados, poupando alguns titulares.

ZNR: Por que o time do CFZ fez as suas melhores apresentações fora de casa?

Alexandre: A gente está na primeira colocação do grupo B desde o início da competição e todo mundo quer ganhar do líder. Além disso, o fato do nosso campo ser pequeno facilita um pouco para as equipes visitantes, pois o jogo fica muito nivelado. Quando saímos pegamos alguns campos maiores e conseguimos tocar mais a bola.

ZNR: Com os desfalques do André Gomes, por um bom tempo, e do Bruno, você e o Leandro têm carregado a missão de armar o time ofensivamente. Como você está encarando esta responsabilidade?

Alexandre: A gente tem que fazer o melhor possível para ajudar o time. Nosso time começou num ritmo muito bom, mas tivemos estes problemas de contusões. Estávamos com um time bem entrosado e estamos buscando isso de novo. Felipe e Ziquinha estão se esforçando, mas a gente sente que falta um entrosamento. À medida que formos jogando, vamos melhorando e chegando ao ideal.

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