| Um espetáculo deprimente foi o que se assistiu no estádio Jair Bittencourt no jogo entre o Itaperuna local e o CFZ do Rio. O resultado foi 3 a 1 para o time da casa graças a uma arbitragem medíocre, que ficou com medo da torcida local, que, ciente da impunidade, lançava objetos a campo fazendo com que a partida fosse interrompida diversas vezes. Visivelmente intimidado, o árbitro Marcelo de Souza Pinto, que tinha apitado bem o primeiro tempo, mudou seu comportamento na etapa final, passando a ajudar o time da casa. Resta saber se o juiz teve peito ao menos para relatar todos os acontecimentos na súmula.
Nos primeiros 45 minutos, o árbitro até mesmo expulsou Leandrão, do Itaperuna, por reclamação. Mas no segundo tempo, a sua atuação foi terrível. Numa cobrança de pênalti a favor do Itaperuna, Índio bateu, o goleiro Wagner Braz defendeu, o auxiliar levantou sua bandeira paralisando o lance, mas o rebote ficou com Tigana, que colocou para o fundo da rede. O auxiliar então abaixou sua bandeira e correu para o meio como se nada tivesse acontecido. Pouco depois, para impedir a reação do CFZ, Daniel Melo revidou uma agressão de Índio e só o zagueiro visitante levou cartão vermelho.
Além da “mãozinha” dada pelo trio de arbitragem, o comportamento da torcida foi lamentável. Garrafas de água e latas de cerveja choveram no gramado. Arbitragem, imprensa, comissão técnica, jogadores, todos eram alvos. Os poucos policiais não tinham condições de segurar a torcida. Atrás dos gols, era fácil invadir e um torcedor chegou mesmo a entrar no campo visivelmente embriagado e só não adentrou as quatro linhas porque não quis. O estádio Jair Bittencourt se mostrou sem condição de abrigar esta partida e é um lugar sem qualquer segurança para quem está trabalhando.
Independente desta partida, o CFZ do Rio segue líder do grupo B do Estadual da Segunda Divisão graças à sua boa campanha. O time dirigido por Júlio Marinho está com 23 pontos contra 20 do Duque de Caxias, que perdeu para o Tigres do Brasil, por 2 a 1. A terceira posição continua com o próprio Tigres que subiu para 17 pontos. No outro jogo da rodada, o Bangu venceu o Mesquita por 3 a 0, em Moça Bonita.
O JOGO
O início da partida não foi lá muito bom para o CFZ do Rio, pois, numa cobrança de escanteio, o zagueiro Graziane subiu mais que a defesa azul e branca para abrir o placar de cabeça a favor do Itaperuna. O volante Sidicley tentou responder de falta, mas seu chute forte saiu pela linha de fundo. Substituindo o titular Ricardo, Wagner Braz mostrou seu valor aos 11 saindo corajosamente nos pés de Índio, que tentava entrar com bola e tudo.
O Itaperuna continuava mais efetivo no ataque e um cruzamento de Alex, aos 19, passou perigosamente pela área sem que ninguém conseguisse completar. Aos 26, a bola aérea voltou a exigir boa defesa de Wagner na cabeçada de Leonardo. No entanto, o CFZ tinha qualidade e, aos 30, igualou o marcador em chute de André Gomes que o goleiro espalmou e Max apareceu para empurrar para o fundo da meta dos donos da casa. Dois minutos depois, o atacante Leandrão xingou o árbitro, levou vermelho e deixou o Itaperuna com menos um atleta.
O CFZ saiu para o intervalo com um a mais e a esperança de virar o jogo, mas encontrou um segundo tempo bem diferente com uma arbitragem que resolveu complicar. Os visitantes tentaram impor seu ritmo nas subidas rápidas ao ataque e em chutes de meia distância como o de Ziquinha, aos seis, que o goleiro Roberson segurou. Aos 10, o árbitro marcou pênalti quando Max empurrou um atacante adversário dentro da área. Como já descrito, Índio cobrou, Wagner Braz defendeu e o lance foi parado por dois motivos: o goleiro se adiantou e o atacante Tigana invadiu a área. Mas, quando o próprio Tigana chegou no rebote e colocou para o fundo da rede, o gol foi vergonhosamente validado.
Para impedir qualquer tipo de reação, aos 15, num lance em que Daniel Melo foi agredido por Índio e revidou, os dois mereciam a expulsão, mas apenas o zagueiro do CFZ recebeu o cartão vermelho. Atordoado com os erros e sob uma chuva de objetos atirados das arquibancadas, o Azul e Branco se perdeu e foi castigado, aos 20, com um gol de Alex, aproveitando cruzamento de Índio, que nem deveria mais estar em campo.
O técnico Júlio Marinho, diante de uma situação difícil colocou os garotos da base, Danilo, Alessandro e Glauber, e eles se esforçaram ao máximo para diminuir a diferença, mas não conseguiram. A partir dos 30, o domínio do CFZ foi absoluto. Um chute cruzado de André Gomes foi espalmado pelo goleiro, que fez um milagre na falta cobrada também por André já aos 43. Chutes de Alessandro e Glauber passaram raspando a trave do Itaperuna, mas o placar não foi mais alterado.
FICHA TÉCNICA
CFZ do Rio 1 x 3 Itaperuna - 13/05/06
Estádio Jair Siqueira Bittencourt, Itaperuna (RJ)
Cartões Vermelhos: Daniel Melo (CFZ); Leandrão (ITA)
Cartões Amarelos: Max, Clécio e André Gomes (CFZ); Caíque (ITA)
CFZ DO RIO
Wagner Braz; Abílio, Daniel Melo e Max; Wellington Cássio, Sidicley (Danilo), André Gomes, Felipe (Alessandro) e Clécio (Glauber); Ziquinha e Alexandre.
Técnico: Júlio Marinho.
Supervisor: Carlos Garrit. Coordenador Técnico: Zé Carlos. Preparador Físico: Paulo César Fagundes. Preparador de Goleiros: Bahia. Médico: Dr. Luiz Alexandre. Massagista: Jorjão. Roupeiro: Jorginho.
Itaperuna
Roberson; Graziane, Leonardo e Fábio; Alex, Jadílson, Elal (Diego), Tigana e Caíque (Fabinho); Índio e Leandrão.
Técnico: Rubens Filho.
Arbitragem
Marcelo de Souza Pinto, auxiliado por Mário Jorge Oliveira e Sérgio de Oliveira Santos. 4º Árbitro: Rodrigo Nunes de Sá. |
