|  A estréia na segunda divisão do Estadual se aproxima e o preparador físico do Profissional do CFZ do Rio, Paulo César Fagundes, está deixando a equipe pronta para entrar em campo. O Azul e Branco encara o Mesquita no próximo sábado, às 15h, no estádio Antunes. PC começou a trabalhar no clube do Recreio em fevereiro ao lado de Júlio Marinho, treinador com quem já trabalhou por diversas vezes.
PC Fagundes estava no Friburguense, onde esteve nos últimos 12 anos, depois de um período no São Cristóvão. O preparador do CFZ fez a escolha de deixar um clube de primeira divisão para trabalhar numa equipe da segunda e sua principal justificativa para a mudança foi estrutura. O responsável por colocar os atletas em forma contou sobre o início de trabalho e sua expectativa para a competição:
ZNR: Como você avalia este período de preparação para a disputa da segunda divisão?
PC Fagundes: Começamos a trabalhar a parte física para valer somente no início de março com várias avaliações e estamos fazendo o planejamento em cima desses testes. O resultado até me surpreendeu, pois o pessoal já vinha fazendo coletivos e jogos-treino, o que ajudou a condicionar o grupo mais rapidamente. Vamos chegar nesta primeira fase do campeonato com um trabalho forte aeróbico, pois alongamos ao máximo a fase básica contando. Fizemos o planejamento contando com a classificação para a segunda fase, para que, quando chegarmos ao quadrangular, possamos implantar a velocidade para a equipe se soltar ainda mais.
ZNR: Você está programando o ápice físico deste grupo exatamente para quando?
PC Fagundes: Para o fim da primeira fase. A gente acredita na qualidade técnica dos jogadores e procuramos fazer esta preparação para estarmos melhores na virada do campeonato. Quando classificar, vamos estar com 100% do condicionamento. Mas isso não impede que tenhamos uma melhora desde já. Em alguns amistosos, os atletas me surpreenderam positivamente.
ZNR: Você realmente sentiu uma evolução do grupo a cada amistoso?
PC Fagundes: Depois das avaliações físicas, começamos a selecionar o grupo. Tivemos uma evolução grande de um jogo para outro. O mês inicial foi importante para dar a base. Chegamos a acelerar o processo na segunda semana e, daqui para frente, vamos dar seqüência ao trabalho.
ZNR: Como é trabalhar ao lado do Júlio Marinho? Onde vocês se conheceram?
PC Fagundes: Trabalhei com o Júlio em 92 no São Cristóvão, fomos para o Friburguense em 94 e eu estava lá até este ano. É um prazer muito grande voltar a trabalhar com ele. A gente se conhece e se dá muito bem. Quando nos olhamos, um já sabe o que o outro está pensando.
ZNR: A estrutura do CFZ tem ajudado na preparação da equipe?
PC Fagundes: Sempre tive vontade de trabalhar aqui. O Ica, que trabalhou aqui e hoje está lá no Kashima, esteve comigo no Friburguense. Ele ficou por dois anos lá, veio para cá em 97 e sempre falava muito bem do clube. Quando estava de férias, vinha para cá e acompanhava os treinamentos. É um clube que tem estrutura e que vem crescendo a cada ano. Estava conversando com o Zé Carlos (coordenador técnico) a respeito de um detalhe importante. Estamos fazendo treino integral e a grande diferença é que o cara chega de manhã, toma café, treina, almoça, descansa, volta para o treinamento, lancha e vai para casa. No Rio, tem clube da primeira divisão em que isso não acontece. Mesmo dando um treino integral, você alimenta o cara e isso te dá um ganho enorme. Esta é a oportunidade que estava esperando para fazer um recomeço do meu trabalho, pois fiquei 12 anos em Friburgo. Quando você começa a trabalhar no interior, apesar do Friburguense ter conseguido bons resultados, não tem o mesmo reconhecimento. Com certeza, vamos fazer um trabalho para colocar o clube na primeira divisão.
ZNR: Por estes fatores, o CFZ é considerado o favorito do campeonato?
PC Fagundes: Acho que é favorito sim. Da segunda divisão, tiro o CFZ, o Boavista e o Macaé. Já trabalhei no Macaé, onde a parte financeira é muito forte, mas a estrutura é de terceira divisão. Não tenho medo de falar porque trabalhei lá e presenciei isso. O Boavista também paga bem, mas falta alguma coisa. Aqui você tem uma boa parte financeira aliada à estrutura. Por isso, o CFZ é um forte candidato a subir. O que me levou a sair do Friburguense, um clube de primeira divisão, é o que se está montando aqui.
ZNR: Como você avalia o grupo de jogadores do CFZ do Rio?
PC Fagundes: Este grupo é forte e acredita no trabalho da comissão técnica, o que é muito importante. Este é um passo fundamental. Eu costumo falar para os jogadores que depende muito mais deles que da gente. Se eles acreditarem cada vez mais no próprio trabalho, eles vão evoluir.
ZNR: Você tem cada jogador num nível em relação à parte física. Como se faz para equilibrar as coisas?
PC Fagundes: No início, a gente procura dar uma base bem parecida para todos. A partir dos testes, quando vimos que tinha um grupo fisicamente pior, tivemos mais cuidado para não forçar demais. Teve uma parte que tive que segurar para não chegar ao ápice muito rapidamente. Fomos aproximando os dois grupos para que, quando intensificarmos o trabalho, os dois estejam bem parecidos. Quando os grupos estiverem mais equilibrados, vamos liberando o pessoal e aí a preparação física vai mostrar resultado.
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