|  O treinador do time Profissional do CFZ do Rio para a temporada 2006 já está trabalhando no clube e conhece bem a segunda divisão do Rio. Júlio Marinho já venceu a competição como jogador, defendendo a Cabofriense, e como técnico, dirigindo o Friburguense. Esta será a primeira vez que o Azul e Branco do Recreio terá um comandante que já venceu a série B do Estadual.
A idéia é levar o CFZ à tão sonhada primeira divisão do futebol carioca e Júlio Marinho acredita que é possível chegar lá ainda este ano. Para alcançar o objetivo, o treinador deu a fórmula: estrutura do clube, condições de trabalho, nível técnico dos jogadores da base e boas contratações. Dos quatro caminhos para o acesso, o técnico acredita que o CFZ do Rio está bem servido nos três primeiros. Quanto às contratações, a idéia é trazer jogadores que estão na disputa da primeira divisão, atletas experientes e, quem sabe, pelo menos um grande nome.
Nesta primeira entrevista ao ZNR, Júlio Marinho fala da sua opção em treinar o CFZ do Rio, na formação de um time forte e conta também um pouco sobre a sua carreira dentro das quatro linhas e à beira do campo orientando as mais diversas equipes do futebol brasileiro:
ZNR: Fale um pouco da sua carreira como jogador e técnico antes de chegar ao CFZ do Rio.
Júlio Marinho: Comecei no atletismo e, com 14 anos, iniciei a carreira no São Cristóvão. Subi muito cedo para a equipe Profissional e fui vendido ao Vasco da Gama. Joguei também no Ceará, onde fui tetracampeão estadual, em Santa Catarina, no Rio Negro de Manaus, no Mixto do Mato Grosso e em outras equipes pelo Brasil afora. Também fui campeão da segunda divisão do Rio como jogador pela Cabofriense. Em 87, tive uma ruptura parcial do tendão de Aquiles e não quis operar. Como já estava com 33 anos e fazia educação física na faculdade, resolvi pendurar as chuteiras. Comecei a trabalhar com escolinhas, fui preparador físico durante dois anos e, depois, fiz os cursos de treinador para iniciar a nova carreira. Já estou há quase dez anos na profissão. Dirigi São Cristóvão, Bonsucesso, Friburguense, Americano, Barreira, Itaperuna, Serrano e fui auxiliar técnico no Vitória da Bahia e no Guarani. Há dois anos, estava trabalhando na Arábia Saudita antes de vir para o CFZ.
ZNR: Como está sendo este início de trabalho?
Júlio Marinho: A gente está fazendo várias avaliações. Temos ainda um grupo reduzido com alguns jogadores chegando que estão sendo observados. Neste mês de fevereiro, vamos fazer vários amistosos sem trabalhos específicos. Estamos focando mais em jogos-treinos e coletivos para formarmos uma base. A partir de março, o grupo deve estar praticamente formado para que possamos decidir que posições estão mais carentes para completarmos o elenco antes do Estadual.
ZNR: Como você avalia a segunda divisão do Rio?
Júlio Marinho: Ganhei a competição dirigindo o Friburguense. A gente tem muita experiência nos times pequenos da primeira divisão e não vejo muita diferença de uma competição para a outra. A segunda divisão é difícil e precisamos de jogadores com espírito de luta. Esperamos fazer um time bastante coeso, forte e de qualidade para que o CFZ chegue à primeira divisão.
ZNR: É fundamental a presença de jogadores experientes no grupo para esta competição?
Júlio Marinho: É importante haver uma mescla de jogadores experientes com outros mais jovens de qualidade para que a equipe ande dentro da competição.
ZNR: A estrutura do CFZ ajuda de que forma?
Júlio Marinho: Esta estrutura nos deixa muito satisfeitos porque é excelente e sempre facilita o trabalho. É bom para a comissão técnica e para os jogadores porque temos local para treinar à disposição, concentração e todo o apoio possível. A dificuldade existe, mas não como se vê em outros clubes.
ZNR: Por que você aceitou a proposta para dirigir o CFZ na segunda divisão?
Júlio Marinho: Recusei alguns convites para trabalhar em clubes da primeira divisão porque estava esperando uma proposta para retornar à Arábia Saudita que acabou não acontecendo. Então tive esta oportunidade. Não foi a primeira vez que tive um convite do CFZ e, desta vez, aceitei porque achei que era um bom momento.
ZNR: Você acha que seria positiva uma contratação de peso que chamasse a atenção dos veículos de comunicação?
Júlio Marinho: A gente pensa em todas as possibilidades. O clube tem uma parceria e já colocamos as necessidades. Então, esperamos fazer um time forte e com jogadores que consigam chamar a atenção de mídia, mas o mais importante é que eles sejam decisivos dentro de campo.
|
