|  O ex-zagueiro José Carlos Pereira do Nascimento, que atuou no Flamengo no final de década de 80 e ficou mais conhecido como Zé Carlos II, é o novo coordenador técnico do CFZ do Rio. Nascido em Goiânia, ele foi descoberto pelo Rubro-negro numa Copa São Paulo de Juniores, ficou seis anos na Gávea, fez sucesso no Porto, de Portugal, e passou pelo futebol mexicano.
Coincidentemente, Zé Carlos encerrou a carreira no Azul e Branco do Recreio em 2001. Naquele ano, o CFZ esteve bem próximo de chegar à primeira divisão carioca, mas perdeu em casa para a Portuguesa na última rodada. Zé Carlos estava em campo e quer outra oportunidade, agora fora das quatro linhas, para colocar o clube na elite.
No ano passado, Zé Carlos esteve nesta mesma função no Duquecaxiense, que disputou a terceira divisão do Estadual, ao lado do mesmo grupo de empresários que acertou uma parceria de cinco anos com o CFZ do Rio. Eles vão ajudar o clube financeiramente a armar uma boa equipe e finalmente subir para a primeira divisão. Nesta primeira conversa com o ZNR, Zé Carlos fala sobre a expectativa para a temporada 2006:
ZNR: Conte-nos um pouco sobre esta parceria firmada pelo CFZ do Rio...
Zé Carlos: É uma parceria com empresários de São Paulo que não são ligados ao futebol. No ano passado, fizemos estivemos com o Duquecaxiense na terceira divisão do Rio, eles pegaram gosto pelo negócio, pensaram em montar um clube, mas surgiu a possibilidade de fazer a parceria com o CFZ. Formalizamos um encontro entre os empresários com o Zico e o Dr. Antonio Simões (vice-presidente do CFZ). A reunião foi muito boa e a parceria fluiu. Nossos sócios vão entrar com a ajuda financeira para fortalecer o futebol. É um contrato de cinco anos. A idéia é fazer uma equipe no estilo do São Caetano, um time pequeno que chegue o mais rápido possível na primeira divisão do Campeonato Carioca. Eles estão visando ao retorno financeiro, não só na parte do futebol como na publicidade e na busca de patrocínios.
ZNR: Qual a expectativa para esta temporada?
Zé Carlos: Vamos fazer deste clube, um clube vencedor. O CFZ sempre disputou vários campeonatos, já tendo conquistado alguns de segunda e terceira divisões. Acho que a estrutura que existe dentro do CFZ é fantástica, pois poucos clubes na primeira divisão a têm. Com este maior investimento, temos tudo para fazer este clube tão grande quanto o seu dono, o Zico.
ZNR: E a sua função dentro da parceria e do próprio CFZ do Rio?
Zé Carlos: Eu sou um ponto de equilíbrio da nossa parceria. Sou a pessoa que os empresários confiam tanto na parte dos negócios quanto na parte técnica. Por isso, estou fazendo este elo. Mas o mais importante de tudo é estar dentro de campo, transmitir a experiência que tive ao longo da minha carreira juntamente com toda a comissão técnica. Na equipe, também temos uma pessoa querida no meio do futebol que é o Carlos Garrit (supervisor, que está no CFZ do Rio desde a sua fundação) com quem estou aprendendo muito e tenho um forte laço de amizade. Tivemos muitas reuniões para definir a função de cada um. As coisas têm que ser bem feitas pela diretoria para passar uma boa imagem para os jogadores.
ZNR: Como foi a escolha da comissão técnica?
Zé Carlos: Pensamos em vários técnicos, mostramos para o Zico e ele aprovou o nome do Júlio Marinho. Ele esteve para vir em outra oportunidade e não tinha acontecido. O mais importante na segunda divisão é você saber disputá-la. Pode se ter um bom time, um bom clube, mas, se você não tiver uma equipe para a segunda divisão, fica mais fraco que os adversários. Acho que o ponto forte de toda esta estrutura é uma comissão técnica vencedora e que conheça a competição. O Júlio conhece muito bem, até porque já venceu a segunda divisão.
ZNR: Mesmo sem ser o treinador, você também vai passar sua experiência para os jogadores?
Zé Carlos: Na definição de funções, o Zico me convenceu a ser o coordenador técnico, que foi a função dele no Kashima Antlers. Posso trabalhar no campo e ajudar passando minha experiência principalmente aos zagueiros. Concordei com a sugestão, estou indo aos treinamentos quase todos os dias numa função em que fico perto dos jogadores e onde me sinto mais feliz.
ZNR: É possível ganhar a segunda divisão já no primeiro ano desta parceria?
Zé Carlos: O pensamento dos sócios e do próprio CFZ é subir este ano. Lógico que outros clubes também estão investindo, têm tradição como o Olaria, que caiu da primeira divisão, o Bangu, o Angra dos Reis, mas o nosso pensamento é formar um time competitivo. Estamos observando a primeira divisão para achar jogadores nas posições que a gente acha que são as mais importantes e já temos três ou quatro atletas, que estão disputando a competição, contratados. Assim que terminar o Estadual, eles serão incorporados ao grupo. Já fechamos também a volta do goleiro Ricardo (titular na conquista da Terceirona em 2004). Acima de tudo, precisamos montar um time competitivo e vencedor.
ZNR: Vocês pensam em trazer alguma estrela que chame a atenção da mídia em geral para o CFZ?
Zé Carlos: Não vamos cometer loucuras. Mas este é o nosso pensamento, até porque tenho vários amigos ainda jogando. Mesmo alguns em final de carreira têm potencial para disputar a competição pelo CFZ. Não podemos contratar um time inteiro de veteranos, mas ter um ou dois que sejam uma referência no clube é importante.
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