|  Em 1995, um jovem chegava ao Centro de Futebol Zico para ter a sua primeira oportunidade de emprego. Iniciou no escritório do complexo esportivo, onde cuidava da parte burocrática da escolinha. Com o passar do tempo foi ganhando experiência e dois anos depois assumiu o cargo de supervisor da categoria mirim do CFZ do Rio, começava ali a longa trajetória do funcionário mais antigo do clube: Bernardo Correia.
Em entrevista ao ZNR, o supervisor das categorias júnior e profissional falou sobre os momentos marcantes que viveu no clube desde a sua fundação, revelou o seu maior sonho e, no fim, mandou um recado para as pessoas que não conhecem o CFZ.
Quando chegou ao clube?
No final de 1995 comecei a trabalhar no escritório da escolinha do Zico, até porque na época nem existia o CFZ. Nunca tinha trabalhado e tive que aprender na marra a cuidar da parte administrativa. Dois anos depois, o CFZ entrou em atividade, assumi o cargo de supervisor na categoria mirim e conquistamos o título estadual em 1999. Daí em diante, passei por todas as categorias do futebol amador até chegar ao profissional, onde estou até hoje. No momento também sou supervisor dos juniores. Mas nada disso teria acontecido se não fosse o Dr. Antônio Simões, na época vice-presidente do clube, que me deu a oportunidade de trabalhar no início do projeto do CFZ. Por isso tenho uma enorme gratidão por ele.
Por que está há mais de uma década no CFZ?
No início não esperava ficar esse tempo todo no CFZ, mas a cada ano surgia um novo desafio e como estava querendo crescer no clube fui passando por todas as categorias. O CFZ é a minha vida, cheguei aqui com 18 anos e passei mais tempo no clube do que na minha casa. Aqui foi o meu primeiro emprego e se depender de mim será o último porque estou muito feliz na minha função.
Qual foi o melhor e o pior momento?
O melhor momento foi em 2001, quando o CFZ foi vice-campeão do Estadual e ficamos muito perto do acesso à primeira divisão. Lembro que o estádio Antunes ficou lotado e já estávamos pensando em comemorar o título no dia seguinte e ver a reportagem na televisão, mas infelizmente não deu. O pior foi a queda para a terceira divisão em 2003, porque ali tivemos que recomeçar tudo do zero, já que logo no primeiro ano que o CFZ disputou o Estadual já havia conseguido o acesso para a segunda divisão.
Um jogo inesquecível?
Uma partida do mirim contra o Fluminense em que vencemos por 3 a 0, nas Laranjeiras, com três gols antológicos do Cristiano, pelo Estadual de 1999. O Fluminense tinha um timaço com Toró, Radamés, entre outros. Esse foi um dos momentos mais felizes no CFZ porque estava engasgado com o Fluminense, já que no dia anterior perdemos a decisão do Torneio OPG de juniores numa partida em que um jogador deles que estava de gandula entrou em campo e tirou o nosso gol.
O que pensa sobre a parceria com o Flamengo?
Será muito bom para os dois clubes. Acredito que as duas partes só têm a ganhar em todos os aspectos. Com esta parceria, o CFZ terá maior visibilidade e também ganhará em qualidade técnica com os jogadores vindos do Flamengo, o que já vem acontecendo com a chegada de oito atletas.
Qual o seu maior sonho?
O meu maior sonho, e acredito que seja o mesmo de todos os funcionários do clube, é ver o CFZ subindo para a primeira divisão e se manter na elite do futebol carioca. E a partir daí, quem sabe, disputar a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro da Série D. Temos a intenção de crescer junto com o clube e espero que um dia esse sonho se torne realidade.
Qual o recado você daria para os que não conhecem o CFZ?
Para as pessoas que não conhecem o CFZ é muito importante que venham acompanhar um jogo e ver como funciona a estrutura, o local de trabalho do clube, que é magnífico. Muitos conhecem o CFZ como o time do Zico, inclusive alguns dos meus amigos, mas nunca vieram torcer pela gente, por isso convido a todos a comparecer e apoiar o CFZ, que é um clube diferente de todos os outros. No nível do futebol carioca estamos crescendo acima da média.
|
