matérias especiais

em 23/07/2004

Pedro Cirillo conheceu Zico ainda menino e ajuda o CFZ do Rio desde a sua fundação. Apesar de tricolor, o médico torceu muito pelo amigo com quem mantém sempre contato. Com o restante da família Antunes, Cirillo fala constantemente e, quando é possível, participa das peladas. Num bate-papo descontraído, ele nos contou um pouco deste relacionamento com o Galinho e o seu clube-empresa:

ZNR: Como começou a amizade com a família Antunes?
Exatamente quando estava com 10 anos de idade, um amigo nosso em comum, que morava perto de mim em Piedade, se mudou para Quintino. Naquela época, já aconteciam peladas nos nossos campos de esquina. Eles me chamavam para participar delas e, com esta idade, começamos a nos encontrar principalmente nos finais de semana. Passamos a conviver de uma maneira sadia: disputando peladas em Quintino.

ZNR: E o Zico estava sempre nestas peladas...
Somos da mesma faixa etária. Ele era mais franzino, mas muito mais ágil e técnico. Já jogava um futebol que merecia ser observado.

ZNR: E quando passou a jogar no Juventude (time criado pelo recém-falecido Maneco e que contava com todos os irmãos da família Antunes no plantel)?
Isso foi bem mais tarde. Sempre ia nas peladas lá, mas nos campeonatos normalmente jogava contra. Nos torneios de final de semana, cada bairro levava sua equipe, marcava a partida, que era sempre acirrada. Depois, mais tarde, tive a alegria de jogar com eles por mais de 40 anos.

ZNR: Pensou em seguir carreira no futebol também?
Tive oportunidade e iniciei uma fase de treinamento no América. Naquele tempo, o futebol não tinha um apelo tão grande e eu estudava no renomado Colégio Pedro II. O treinamento passou a coincidir com o horário do estudo e abandonei o esporte para me formar.

ZNR: Por que optou pela medicina?
Meu tio e meus dois primos eram médicos. Acabei me envolvendo com esta parte, optei pela medicina e, graças a Deus, estou muito satisfeito. Por ironia do destino, acabei me especializando em medicina esportiva e, recém-formado, fui trabalhar no futebol, no departamento médico do Olaria.

ZNR: Em que estágio se encontra a medicina esportiva no Brasil?
Num estágio muito avançado não só na parte médica como também na parte fisioterápica. Nesta área, incorporamos multi-profissionais dentro da medicina esportiva com o maior desenvolvimento da fisiologia, da nutrição, da fisioterapia, todas agregadas a uma condição técnica de primeira.

ZNR: Falando agora sobre o CFZ do Rio, você está lá desde que começou...
Isso, eu estava antes como médico do Botafogo, quando o Zico me falou do projeto de montar o Rio de Janeiro Futebol Clube (atual CFZ). Pela nossa amizade, ele me perguntou se eu podia colaborar e eu aceitei.

ZNR: Sempre que pode você aparece por lá...
É, mas o titular do departamento médico é o Dr. Luiz Alexandre Cantanhede, uma pessoa bastante estudiosa com a parte acadêmica muito atualizada. Num futuro bem próximo, ele vai estar no pedestal que merece. Eu fico mais na retaguarda, devido a outras atividades.

ZNR: E quanto ao futuro do clube?
Acho que o Zico, por ser uma pessoa muito transparente, não aceita certas jogatinas e armações que existem no mundo do futebol. Com isso, nosso time acaba sendo prejudicado pela correção com que age seu presidente. Isto acaba refletindo nos resultados que não estamos obtendo.

ZNR: Voltando às peladas, continua jogando sempre...
Sempre que tenho oportunidade. Mais difícil é jogar com o Zico, que está o tempo todo lá no Japão. Mas temos sempre nossas peladas marcadas e a tradicional de fim de ano. No início, jogávamos casados contra solteiros e, a partir do momento que o Zico casou, ninguém queria jogar contra ele e isso acabou. Agora a gente chega e organiza na hora, chamamos nossos amigos de infância sempre com direito a um churrasquinho e um chope no final porque ninguém é de ferro.

ZNR: Alguém na família Antunes não joga tão bem assim...
Não, todos eles têm qualidade.

ZNR: O Tunico implica muito com você em campo...
É, o Tunico, de todos, é o que menos testou futebol, porque procurou outros caminhos. Mas a nossa discussão, entre aspas, é sempre sadia porque nem eu nem ele gostamos de perder. Então pegamos no pé um do outro, mas acaba o futebol e nós já estamos de braços dados.

ZNR: E vão jogar sueca...
Com certeza. O Tunico diz que sabe fazer três coisas na vida muito bem, sendo que uma delas é jogar sueca, a outra futebol e a terceira é impublicável.

ZNR: Para encerrar, lembra de alguma história com o Zico que tenha te marcado?
Uma das mais interessantes foi quando tínhamos 12 anos e vivíamos de pelada em pelada, mas sonhávamos conhecer o Maracanã. Ele ainda não sabia que seria o grande palco da sua vida e nós fomos juntos assistir a um Flamengo x Vasco. Conhecemos o estádio por dentro, fomos até a beira do gramado e realizamos juntos um sonho de criança. Ele sem imaginar que seria o astro que foi e eu também sem saber que trabalharia ali várias vezes.

Outra que vale a pena falar aconteceu quando o Zico já era reconhecidamente um grande craque, mas não deixava de jogar suas peladas no período das férias. Numa destas, em Minas, ele estava recém-operado do nariz e ficou de fora no primeiro tempo. Nós terminamos a etapa em desvantagem no placar. Veio o intervalo e ele, fominha de bola, entrou no jogo; viramos e vencemos a partida.

ZNR: De repente como médico não aprovaria, mas como companheiro de time...
Não, mas sabíamos que precisávamos dele. Nosso time não pode perder não. Qualquer problema, a gente enfaixava o Zico e depois o recuperava.

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