| A Federação Metropolitana de Futebol incentiva o futebol feminino com um dos mais importantes torneios regionais do país. O CFZ de Brasília se aproveita disso para aumentar cada vez mais sua galeria de troféus, já que é o atual tetracampeão do Distrito Federal e a caminhada rumo ao penta já chegou na fase decisiva.
Na primeira fase, o CFZ fez ótima campanha, terminando invicto. Na estréia, goleou o Cristalinense por 12 a 0, depois empatou com o Paranoá em 1 a 1 e venceu Central por 3 a 0 e o Apollo por 4 a 0. Foram 19 gols marcados, apenas um sofrido e a segunda colocação do Grupo A, que terminou com a liderança do Paranoá.
Direto de Brasília, o técnico Marinho bateu um rápido papo com o ZNR, ressaltando principalmente que seu trabalho não acaba no Metropolitano, seja lá qual for o resultado. O treinador pensa grande e garante que quer disputar todas as competições nacionais possíveis e até internacionais. Já existe, inclusive, um convite da Federação Paulista de Futebol para participar de um torneio que envolveria até a Seleção Brasileira, mas a resposta do CFZ só vai poder ser dada após o fim da disputa no Distrito Federal. No Galinho Candango há até uma jogadora com passagem pela Seleção: a atacante Nildinha.
Confira nossa breve entrevista:
ZNR: O CFZ pode ser considerado como favorito ao título do Distrito Federal? Marinho: Pelo nível que a equipe tem apresentado, com certeza. Mas em função do jogo ser mata-mata, realmente me preocupa que a parte psicológica possa influenciar nessa hora pela tensão da partida e tal. O fato é que a equipe tem apresentado um progresso muito bom. Eu não diria é a favorita, mas está em franca ascensão.
ZNR: E este trabalho de incentivo do CFZ de Brasília ao futebol feminino, que passa também pela Federação Metropolitana de Futebol, que valoriza seu campeonato? Marinho: É verdade, tentamos fazer jus ao incentivo dado pela Federação. Eu acredito até que seja o regional com o maior número de participantes (11 times), mas não posso afirmar com certeza. O CFZ tem procurado buscar patrocinadores e incentivo para tentar fazer uma equipe de calibre nacional. Não vamos parar no Metropolitano. Minha intenção principal é representar bem o clube num Brasileiro e fazer um maior intercâmbio, visando o crescimento.
ZNR: Sobre o futebol feminino, como podemos chegar ao mesmo nível das melhores seleções do mundo? Marinho: Quando houver incentivos na base, na base escolar. É necessário um maior intercâmbio, incentivo para todas as Federações realizarem seus Estaduais e que, em seguida, aconteça um Campeonato Brasileiro. Havendo estas providências, tenho certeza que o nível técnico é muito bom.
ZNR: E há público para assistir ao futebol feminino no Brasil? Marinho: Acredito que sim. Talvez se cometa um erro de querer comparar o futebol feminino ao masculino profissional. Aí não dá! Em termos de público, deve-se comparar o futebol feminino, de repente, com jogos de equipes de voleibol, de basquete...
ZNR: E para terminar, você que conhece de futebol feminino, quais são as nossas chances reais nas Olimpíadas de Atenas? Marinho: São boas, mas acho que o trabalho começou muito tarde. Deveria ter havido um incentivo após a conquista do ouro nos Jogos Pan-Americanos. Tinham que reunir a equipe, que acabou ficando dispersa com algumas atletas até desempregadas. Não foi feito um trabalho de base. Espero que o Renê (Simões, técnico da Seleção) consiga realizar um bom trabalho e esquematizar a equipe porque individualmente o time é excelente. |
