Não costumo fazer isso e nem vou fazer deste site um espaço para desabafar, mas, pela primeira vez desde que comecei a cobrir todas as categorias do CFZ do Rio, meu trabalho ficou prejudicado por causa de vândalos que visaram a qualquer pessoa que estivesse no campo como um alvo em potencial. A foto que tirei de um funcionário do clube catando garrafas atiradas no gramado me tornou um destes alvos e tive que correr até o banco de reservas do CFZ para não sair do estádio para o hospital.
O clima ia esquentando no segundo tempo e a torcida enlouqueceu no momento que o Itaperuna fez 2 a 1. Existem pessoas que não sabem perder, mas, em Itaperuna, não se sabe nem ganhar. Ameaças vindas das arquibancadas entram por um ouvido e saem pelo outro, mas, quando garrafas de água, latas de cerveja e sacos com conteúdos nada agradáveis começam a passar a milímetros de seu corpo, estas bravatas passam a ser consideradas.
A segurança de todos estava ameaçada e o policiamento não era suficiente caso os torcedores resolvessem invadir o campo. Aliás, um sujeito visivelmente embriagado até entrou por trás de um gol, só não interrompeu a partida ou agrediu alguém porque não quis. Incapazes de controlar sua torcida, dirigentes se revezavam inutilmente pedindo calma às arquibancadas.
Ficou claro que o estádio Jair Bittencourt não estava preparado para receber esta partida da segunda divisão do Rio. Depois dos acontecimentos deste sábado, o local precisa ser melhor avaliado e mesmo interditado até que se tenha mais segurança. Ou o Itaperuna aprende a controlar sua torcida de alguma forma, talvez aumentando o policiamento, ou que vá disputar torneios na várzea. Foi-se o tempo em que futebol se ganhava no grito. O trabalho sério de um clube profissional não pode ser prejudicado por pessoas sem responsabilidade estejam elas nas arquibancadas ou em qualquer outro lugar. |